terça-feira, 1 de maio de 2012


Gênero textual: Crônica
Esfera da atividade: literária/artística
Suporte inicial: o jornal e a revista
Características do gênero: a linguagem próxima do leitor, a presença da oralidade, a brevidade, o hibridismo (exposição, narração, opinião).
  
A noite que não teve fim

Noite longa! “A agitada noite dos pesadelos”. Foi assim que Teka intitulou os momentos pavorosos que passou quando dormia. Imagens sangrentas, correria pelas calçadas e por entre as casas da Vila das Tristezas. Vários corpos estendidos no asfalto.
Abriu os olhos após o despertar do relógio de cabeceira, pontualmente, às 7:00 horas, daquela quarta-feira. Espreguiçou-se e levantou-se da cama, calçando os pés. Dirigiu-se ao banheiro, olhou o espelho, lavou o rosto, os olhos e escovou os dentes. Espalhou pelo rosto e pelo corpo o creme bloqueador dos tais raios prejudiciais à pele. Trocou de roupa e tomou o café da manhã.
De repente, ouviu o gritante som da campainha e, após muita procura, encontrou a chave na bolsa. Muito agitada, correu e abriu a porta.
- O que é isso? Quem é esse homem caído nessa soleira?
Ao perceber que não havia ninguém mais no corredor, gritou ainda mais alto:
- ALGUÉM PODERIA ME DIZER COMO ESSE HOMEM VEIO PARAR AQUI?
Nada. Ninguém além dela e do homem.
Então, Teka decidiu o que parecia o óbvio: abaixou-se, observou a fisionomia do homem, a vestimenta surrada e cheirando cachaça pura; tocou o rosto dele com dedos e sentiu a pele gélida e rígida.
- Meu Deus, um CADÁVER!! Socorro!! Socorro!!
Pensou em desmaiar, porém entendeu que não deveria, pois não havia mais ninguém no local e já bastava um morto na situação.
Retornou meio que desorientada ao apartamento e ligou do aparelho celular que se encontrava na cômoda do seu quarto informando o ocorrido à Polícia Militar.
- Que horror! Parece que a noite ainda não terminou.

Fábia Vilela da Fonseca.

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