Gênero
textual: Crônica
Esfera
da atividade: literária/artística
Suporte
inicial: o jornal e a revista
Características
do gênero: a linguagem próxima do leitor, a presença da oralidade, a brevidade,
o hibridismo (exposição, narração, opinião).
A noite que não teve fim
Noite longa! “A agitada noite dos pesadelos”.
Foi assim que Teka intitulou os momentos pavorosos que passou quando dormia. Imagens
sangrentas, correria pelas calçadas e por entre as casas da Vila das Tristezas.
Vários corpos estendidos no asfalto.
Abriu os olhos após o despertar do relógio de
cabeceira, pontualmente, às 7:00 horas, daquela quarta-feira. Espreguiçou-se e
levantou-se da cama, calçando os pés. Dirigiu-se ao banheiro, olhou o espelho,
lavou o rosto, os olhos e escovou os dentes. Espalhou pelo rosto e pelo corpo o
creme bloqueador dos tais raios prejudiciais à pele. Trocou de roupa e tomou o
café da manhã.
De repente, ouviu o gritante som da campainha
e, após muita procura, encontrou a chave na bolsa. Muito agitada, correu e abriu
a porta.
- O que é isso? Quem é esse homem caído nessa
soleira?
Ao perceber que não havia ninguém mais no
corredor, gritou ainda mais alto:
- ALGUÉM PODERIA ME DIZER COMO ESSE HOMEM
VEIO PARAR AQUI?
Nada. Ninguém além dela e do homem.
Então, Teka decidiu o que parecia o óbvio:
abaixou-se, observou a fisionomia do homem, a vestimenta surrada e cheirando
cachaça pura; tocou o rosto dele com dedos e sentiu a pele gélida e rígida.
- Meu Deus, um CADÁVER!! Socorro!! Socorro!!
Pensou em desmaiar, porém entendeu que não
deveria, pois não havia mais ninguém no local e já bastava um morto na
situação.
Retornou meio que desorientada ao apartamento
e ligou do aparelho celular que se encontrava na cômoda do seu quarto
informando o ocorrido à Polícia Militar.
- Que horror! Parece que a noite ainda não
terminou.
Fábia Vilela da Fonseca.
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